9.11.09

Fica aqui um adeus, um sinal de ti.

Tenho a porta do quarto trancada, a janela fechada, as portadas encostadas, tenho o quarto ás escuras e estou sentada a chorar. A chorar com lágrimas progressivas, a chorar de dor e saudade, a chorar de tristeza, pois no final de mais um dia confesso às palavras a dor que sinto, a tristeza que me invade e a confusão em que vivo. Perco-me nas letras que cuidadosamente se formam em palavras de dor, de tristeza e de confusão. São guiadas por um espírito desesperado e ganham vida de uma alma cheia de sofrimento e de desânimo . Não interessa a forma que ganham enquanto os dedos digitam cada letra, apenas a voz que desesperadamente gritam quando de realizar uma leitura rápida. Liberto nas palavras o ódio que sinto por mais momentos de fracasso numa vida que caminha calmamente no abismo. Um abismo que se vai anunciando aos poucos e isso...bem isso tortura-me, tira-me o sorriso do rosto bem como a força que me resta . Diante das letras, arranco a dor que me invade, a tristeza que me acompanha e a confusão que habita em mim. Digo-lhes o que preciso e elas juntas dizem-me o estado em que se contra a minha alma. Sem saber o que “dizer”, sem saber o que escrever, escuto a chuva que cai no telhado, o barulho que o vento calmamente tende a mostrar e respirando fundo sinto no interior o desepero...a tentativa do meu espírito soltar-se...libertar-se...da espécie de corrente sombria que lhe acorrenta a um sentimento de desespero e angustia. Cansada desta sensação, hoje resolvi colocar a dor, a tristeza e a confusão num saco. A este saco dei o nome de “Esperança” e bem apertado pousei junto ao parapeito da janela...na esperança que o vente o leve...e o abra bem lá no ar...e que a brisa húmida espalhe cada pedacinho de dor, cada bocadinho de tristeza e cada restinho de confusão que eu resolvi deitar fora...e quando acordar sentir-me livre, com força e com a sorte que infelizmente não quer nada comigo. Perdida nas palavras de dor, de tristeza e de confusão vou deitar-me e sonhar com um momento melhor...momento esse que numa situação parecida faça-me perder em palavras de alegria, de bem-estar e de certeza que está tudo no caminho certo... Talvez!
Não perdi nada. Como sempre, só necessitava de te dizer mais uma vez "Amo-te" para esquecer. Já esqueci. No momento em que o disse, apagou-se instantanêamente o que senti, algo que para mim já é automático. Tenho a necessidade de quando as coisas estão mal dizer o que seriam bom de se ouvir, e liberto-me. Já esta, não necessitei da chave da corrente, bastou esquivar-me de chegar a ser trancada. Fugi quando devia, fiz o correcto. Arrependimentos? Secalhar termos trocado promessas que não podiamos a 100% cumprir. Mas como nada é para sempre, assim em stand-by está óptimo. Quando quiser voltar a ligar-me à corrente, sei onde está a tomada!
Nem mais uma palavra a dizer, na realidade o silêncio agrada-me muito mais que um milhão de palavras, não é ruim e é sempre bonito. O tempo é a imagem imóvel da vida, é disso que preciso e é isso que quero.
Eu gostava muito quando te calavas só para me ouvir, gostava de quando me sentava no teu colo e te contava o meu dia enquanto te mexia no cabelo e tu sorrias e nunca pedias para me calar. Gostava a cada vez que permanecias em silêncio só para me contemplar. Gostava quando falavamos a toda a hora, quando adormeciamos a falar ao telemovel e de manhã com sintonia acordavamos ao mesmo tempo. Gostava quando te escondias de mim e brincávamos os dois, nos riamos e também gostei da última vez que estive contigo. Foi pena que não me avisaste que passados quinze dias me irias deixar, senão diria-te muitas mais coisas nesse ultimo dia e não partiria, pois só em saber que te ia perder eu morri completamente. Foi pena e tenho saudades de tudo, apesar de muita coisa. Fazes falta como nunca ninguém fez.
E para onde eu for, vou levar-te sempre comigo, porque aquilo que vivi contigo não dá para esquecer. Peço desculpa se algum dia te magoei, fica aqui um pulvilhar de sentimentos.
Acredita que sofrer por ti como sofri ninguém mais irá sofrer, tenho pena que tenhas partido sem deixar rasto, mas agora eu também vou partir. Depois de tanto sofrimento e luta vou viver o que não deixaste que vivesse contigo. Obrigada, porque aprendi imenso com o teu desprezo. Espero que mais nenhum texto vá ao teu encontro e um adeus, com saudades.

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ohh muito obrigada dsd já por me visitars, mas um especial agradecimento por deixares a tua opiniao :) beijinho