30.4.10

querido diário,

estou mesmo nostálgica hoje. os meus sentidos rodopiam apenas em redor de pensamentos em que visualizo o passado, reflicto no ontem e conquisto o que vem depois. aquela conversa com a minha mãe fez-me pensar tanto. eu nunca pensei valorizá-la tanto... é mesmo verdade quando as pessoas dizem, em linguagem popular, que só damos valor áquilo que temos quando perdemos. eu creio bem. foi necessário ter a sensação de perda para entender que o lugar que ela ocupa no meu quotidiano, na minha vida diária, nos melhores e piores momentos é fenomenal.
sabes, fomos para o terraço atrás da minha casa, ela deu corda ao isqueiro, fez lume no cigarro, soprou e falamos, horas e horas a fio. era como se me tivesse aberto para com a minha melhor amiga. vieram-me as lágrimas aos olhos. ela chorou comigo, implicou comigo, sorriu comigo e contou-me as aventuras mais radiantes de toda uma vida que deixou para trás.
todos os meus medos de agora foram os dela ontem e há tanta cumplicidade. faltava era descobri-la. e no jantar de hoje ri-me imenso com ela. apesar de estarmos apenas as duas a comer, é tão bom sentir a presença dela, amá-la de uma forma que ela nem sequer pensa. sentar-me com ela no sofá, vê-la a fazer as toalhas de linho e descrever-lhe a imensidão desta tristeza que me corre nas veias. é dar-lhe o coração e ter a certeza que ela é a pessoa certa para o reconstruir.
nunca tive tanta certeza que uma mãe, é um bem essencial, é uma base e um suporte. e ela pode ter a certeza que não é nesta fase da vida dela que a vou deixar, não. nem agora nem nunca.
mãe é mãe e filha é filha. olga é laura e laura á olga. é como unha e carne.

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ohh muito obrigada dsd já por me visitars, mas um especial agradecimento por deixares a tua opiniao :) beijinho