15.6.11

há coisas que a gente não consegue mesmo dizer. cenas que por vezes temos imensa vontade de expulsar coração fora, mas nunca nos sentimos capazes de descobrir a forma mais correcta para o expressarmos. contudo, sentimentos serão sempre sentimentos. pequenas impressões, ou talvez grandes, que sentimos por uma dada pessoa ou um dado objecto, ou qualquer coisa que seja, sentimos-o. como se fosse bom ou mau de sentir e é sempre impressionante. é sempre genial, temos a sensação de que é a primeira vez que o estamos a sentir. e apesar de tudo, sentimentos nunca passarão de sentimentos, difíceis de explicar mas no entanto, tão fáceis de sentir... é incrível, o tempo voa, corre, explode com qualquer relógio, supera qualquer rapidez e o ser humano vive atrasado dele, constantemente...
um ano passou, é certo. nunca pensei escrever-te este texto. nunca pensei que passado um ano e um mês e cinco dias, passados mesmo quatrocentos dias e tantas horas... eu me sentisse capaz de olhar-te desta forma tão desinteressada, ver-te como uma pessoa que me passa ao lado e me faz lembrar o vento (que passa e nem o vejo, apenas o sinto...). eu contigo aprendi tanta coisa, deste-me um mar de respostas às perguntas que o meu coração te fazia, mesmo sem quereres... e eu chamei-te de criança vezes sem conta até me aperceber que mesmo infantil e imaturo foste capaz de me fazer sentir algo maior que eu própria, algo que eu jamais pensaria em ser capaz de suportar. tanto amor como dor, ódio a saudade, felicidade a tristeza, inquietação a segurança... um dicionário de sensações, como se fosses a personagem principal na história do meu coração, como se o tivesses pintado do mais encarnado que existe... tu fizeste de tudo por mim, eu sei. eu sentia contigo cada pestanejar, cada fracasso e reconhecia em ti cenas que nem Deus fora capaz ainda de explicar, apenas nos deu o dom de o sentir, a cada dia...
não cumprimos promessas, perdemos a boleia da felicidade, não realizamos sonhos e perdemos durante um ano a nossa união... deixamos escapar aquilo que nos manteve juntos durante bastante tempo e hoje de tudo aquilo que fomos, nada resta. apenas a certeza que, apesar de distantes, juntos fomos capazes de saber o que era a vida, o que era um sonho, mas nunca fomos capazes de saber o que era afinal, o que nos juntou, o amor...
mas contudo, quem sabe tudo poderia ter sido diferente, sim. mas não foi. é tudo uma questão de hábito, de certeza e de confiança própria. algo que reside dentro de cada um de nós e do qual nos é impossível de partilhar. é uma força interior que nos leva a deixar para trás o que um dia mais quisemos que nos acompanhasse em diante.
todavia, é a lei da vida. e estou feliz. confesso, ao início custou, é certo. quem ama não deixa, sofre e tende a lutar por tudo aquilo que gosta realmente. mas primeiro estava eu, o meu amor próprio e a minha dignidade. só depois vinhas tu, aquilo que eu sentia e aquilo que eras para mim.
e meu querido, ainda bem que hoje és capaz de admitir que quem perdeu foste tu. passados tantos dias, foste capaz! e toda a gente é assim. se a mim me custou? não digo que não, chamo-lhe "questão de hábito ou falta dele" ;)

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ohh muito obrigada dsd já por me visitars, mas um especial agradecimento por deixares a tua opiniao :) beijinho