não te vou dizer que foste droga para mim, porque eu nunca fui viciada em ti. há quem diga que o amor é isso mesmo, mas eu discordo. se amor fosse vício não seria verdadeiramente amor. e sabes porque o digo? porque eu amo-te e não é por isso que estou viciada em ti. aliás, porque te amo em silêncio. em jeito de segredo, como quem não releva nada do que tenha a ver connosco. e eu odeio estes momentos. odeio quando a noite chega e eu sem sono, me lembro de tudo aquilo que tentei esquecer o dia todo. odeio que os teus olhos sejam o jornal que leio todos os dias e odeio ainda mais que o teu sorriso seja a minha estação de rádio preferida. se tu não vivesses tanto em mim, se tu não continuasses tão presente neste lugar que guardo com cuidado a que um dia decidiram chamar de coração... e porque te amo?
oh, as palavras fogem-me à estreiteza dos conceitos... sabes o que isso é? é querer dizer-te tudo e mais algo e nada parecer o suficiente para o fazer. mas foste deveras a minha maior paixão. parece que um ano depois ainda continuas a ser o protagonista dos sonhos que parecem reais enquanto durmo. porque há pesadelos que não acabam quando acordo.
mas não te preocupes. esta sensação é boa. porque amar é bom, é ser-se, é dar-se e receber-se. é tudo e nada. e quem não ama não é feliz. porque o amor traz lágrimas que nos lavam a face de poeiras das barreiras derrubadas. forma sorrisos quando escutamos palavras suaves como o vento que seca a dor da perda. mas perder é bom. é sinal que um dia soubemos qual era a emoção de possuir algo sem o ter. e ter algo é fantástico. é guardar com carinho, no lado esquerdo do peito algo que nos faz ter força para levantar todas as manhãs sem preguiça e sem receio.
mas meu príncipe, eu vou esperar e vou olhar para o céu... quando passar um avião, eu prometo pedir um desejo... para que voltes à minha vida, de onde nunca deverias ter saído!