não me sinto capaz de te escrever sobre algo que eu nunca vivi. porque para escrever é preciso viver, sentir, falar e conversar com o coração. exige uma pesquisa daquilo que tu és, porque jamais os outros poderão entender o que eu escrevo nestas páginas perdidas se eu própria não souber quem sou e o que faço. na verdade, as palavras são muito escassas. esgotam-se muito facilmente. como sonhos que perdi em vão, na estrada da vida e me obrigaram a ir encostando a força, naqueles momentos que me cansei de ver o que muitas vezes a vida nem sequer me queria mostrar já. mas são fases. épocas que nem sei como lidar, mas às vezes, em jeito de conversa eu perco o brilho que outrora fez de mim uma estrela, sem eu querer... e escondo os pedaços que sobram da dor, debaixo da almofada. deixo adormecer o assunto, os sentimentos,... já que não morrem, prolongam o sono. e nisto adormeço com eles. mas por vezes, tenho medo de adormecer porque a noite traz-me à mente aquilo que esqueci durante o dia inteiro. seja pelo que for, esqueço a dor que senti e me fez crescer, chegar onde hoje eu chego e ter a garra que tenho em gritar pelo que quero ter aqui, agora, comigo. não posso querer mais do que aquilo que já tenho.

até logo