24.8.12

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a partir daquele dia as coisas mudaram... nunca mais voltei a ser a mesma pessoa desde o dia em que ele partiu; desde que o adeus foi sincero; desde que os sonhos morreram enquanto eu queimava o meu tempo com um cigarro. ele foi como um furacão em mim e tudo aquilo que eu era passou a um nada... em tempos eu tive a sensação que não era ninguém; os dias tinham ficado tão, mas tão compridos que todas as músicas que passavam na rádio me faziam viver um leque de emoções; todos os cheiros me traziam à memórias histórias que tínhamos escrito em tempos passados. eu passei mais de um ano da minha vida à espera de quem nunca mais voltou; eu ficava deitada na cama à noite a pensar de como ia eu arranjar uma solução para no dia a seguir acordar melhorzinha; até a vontade de comer ficou mais pequena desde que tive a certeza que nunca mais ia tê-lo na minha vida! a verdade é que a gente ama sempre demais, apega-se, entrega-se e tem sempre, mas sempre um fio de esperança de que aquilo vai ser para sempre... porque ao início parece; e ninguém é de ferro, toda a gente tem coração mole! e eu também fui refém de uma paixão dessas em que o povo sorri do nada. mas outrora também a perdi. acho que demorei bem mais tempo a conquistá-lo do que a perdê-lo, por razões insignificantes. e sabem, eu quase virei ao mundo ao contrário quando senti que o perdi e ele foi deveras a maior paixão da minha vida, porque foi a primeira... e o tempo nunca mais passava; a ferida não secava e não havia medicamento que me apagasse a sua imagem de mim. e hoje, ainda a guardo. sabia lá eu que dois anos depois voltaria a parar no mesmo lugar, que o cheiro seria o mesmo, que a boleia nunca mudara e que em seiscentos e tal dias, mesmo depois de tudo, este sítio continua a pertencer-me... a vista daqui de cima é linda, tenho a dizer-te que parece que isto aqui parou enquanto eu andei por aí perdida à tua procura. agora eu sou outra pessoa, de ti nunca mais soube nada mas os papéis continuam aqui, a caneta não perdeu a tinta, a viola continua a tocar, os cigarros continuam acesos e o incenso pouco se queimou... foram dois anos e quem passa por aqui agora até pensa que só passou um dia. incrível. não tenho saudades, mas é bom voltar àquele que foi o melhor sítio da minha vida. é bom saber que dois anos depois eu dei um rumo à minha vida e fui capaz de voltar a acreditar em sonhos, em projectos, em objectivos, em... mas também vos digo, nestes dois anos eu construí a pessoa que agora sou, e tenho a certeza que se ele nunca me tivesse deixado, eu não sabia nem metade daquilo que sei. porque a verdade é que ninguém é ninguém até que a vida nos prove o contrário e nos faça ser aquilo que nunca tínhamos pensado conseguir ser. e assim foi... dois anos depois eu criei uma muralha à minha volta e hoje a vida faz sentido. contudo, recordações são sempre recordações. são fracções de tempo em que fomos felizes! OBRIGADA.

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ohh muito obrigada dsd já por me visitars, mas um especial agradecimento por deixares a tua opiniao :) beijinho