só depois de muito tempo é que eu me apercebi que mudei. mas a mudança foi aos poucos, no entanto, foi enorme. eu hoje, talvez, olho para mim e sei perfeitamente reparar que não sou a mesma de à uns meses atrás... é verdade. o sorriso mudou e a vontade de sorrir para meio mundo também. eu hoje fico mais olhando para a tanta gente que passa por mim... e tanta gente passa pela gente e tão pouca gente fica. é um facto. o mundo tornou-se numa prisão. ninguém consegue ser cem por cento feliz numa sociedade destas; ninguém consegue realizar sonhos neste país; ninguém consegue evoluir neste meio... ninguém consegue nada quando não há respeito entre ninguém; quando não há consideração por ninguém... quando não há nada para ninguém! incrível como as ideias mudam. quem pensava ontem fazer vida aqui, hoje já fugiu. e o mais difícil não é fugir, mas ficar. ficar e ver toda esta desgraça; todas estas vidas sem saída; todas estas perguntas sem resposta... sabia lá eu que em dezasseis anos eu iria ser capaz de notar toda esta diferença. fantástico. não sei sinceramente qual é o objectivo de ninguém, nem o meu sequer... talvez a solução fosse ficar secando lágrimas do rosto enquanto lamentávamos dores perdidas por aí; ou então sentar e esperar que a vida faça algo por si. mas para mim isso não dá. parar é morrer gente. e o que for para ser dito, é-o. o que for para sentir, também o é... e quem tiver que ir, que vá já! que não fique nem mais um dia na minha vida. mas se for para ficar que fique até ao fim dos meus anos. se quiser reclamar, que reclame... mas quando falarem, apresentem argumentos melhores e pensem naquilo que dizem. é por isso que por opção própria excluí muitas pessoas da minha vida, é que ter piranhas e diabos na minha companhia nunca foi desejo meu!