a noite traz-te até mim, eu sinto.

e é sempre assim, sempre, sempre, sempre, sempre... quando o sol se despede, a lua cumprimenta e a escuridão actua com pintinhas cintilantes. é, é sempre assim. eu tenho saudades tuas. não só tuas mas de tudo o que tivemos oportunidade de partilhar em conjunto. anteontem revelei-te aos segredos, contei-te ás coisas secretas e expulsei-te para a caixinha de objectos valiosos... parei um pouco no tempo, recuei nas fases e pensei em mim também. fui egoísta chegando ao ponto de me esquecer dos outros para também tomar decisões que, afinal, me levem ao apogeu do vencimento. não se de ti, nem das recordações. não sei sequer o que fizeste ás lembranças doces e amargas. ás lágrimas salgadas e aos sorrisos sinceros, não sei. não sei e confesso que já quis saber mais do que agora. neste momento até receio tenho de exprimir o teu nome pois sei que tudo o que me dirão a teu respeito será de me fazer sentir um enorme arrependimento e uma enorme vontade de voltar atrás no tempo! ainda hoje, após tantos dias e semanas me questiono "como?". na vida há mesmo perguntas retóricas perguntas sem resposta. naquele dia em que te vi eu entendi-te, encaixei-me e li-te como nunca tinha tido a oportunidade de fazer!
já esperava isto á muito. já tinha vontade de te observar á muito tempo, mas quis demonstrar desinteresse e assim o fiz, o faço e o farei. olhei-te, virei-me, ri bem alto, aproveitei o momento e tu calmamente me olhavas e desviavas o olhar sempre que eu tentava ver-te também.
houve sintonia, muito. acredita que quando te vi ao longe não conseguia descolar os olhos de ti, eras tu ali, tu com quem construí uma vida e me destruiu. apesar de toda a dor, todas as lágrimas, olho para ti e consigo amar-te da mesma forma ou ainda mais. não há remedeios, há arrependimentos que o tempo apagará.
e hoje, o sono já cansa, a dor apagou-se e as lágrimas extinguiram-se!