5.10.09

a carta. cabeceiras, 6 de Outubro de 2009, 00:43.

Gonçalo, tive necessidade de te escrever, de te dizer tudo o que sinto em relação aquele sentimento que já foi nosso, que esteve presente, e que foi vivido da melhor forma.
Tenho noção que esta carta não te dirá rigorosamente nada, tenho noção que quando a leres, vai ser apenas por pura curiosidade e não porque preocupas com o que quer que seja que eu sinta, tenho noção que ao fim de a leres o que vais fazer vai ser rasga-la, queima-la e destrui-la, como destruíste aquele amor tão forte e perfeito que pairou em nós.
Esse amor... é muito difícil descreve-lo, faltam-me as palavras, a única maneira de transmitir o que ele me trouxe, o que ele me levou e o que ele me deixou era abrir-me o coração e ler, sentir tudo o que tem lá.
Acredita que o meu maior erro foi deixar que alguma vez, alguém se metesse no meio e te fizesse esquecer tudo (...) tudo aquilo que era nosso, tudo aquilo que por vários e longos meses ninguém foi capaz de destruir. Não te vou mentir, aliás, nunca o fiz, vou dizer-te tudo o que sinto, mesmo que te custe, mas vou dizê-lo.
A desilusão é o pior sentimento que alguém pode sentir, é algo que magoa, é algo que destrói, é algo que se infiltra e nunca mais é capaz de sair, a desilusão é a maior viciada, pois ela quando ataca, não consegue parar, até pelo contrário, vai crescendo cada vez mais á medida que vamos actuando, agindo e á medida que o tempo vai correndo (...)
O tempo passa e nós nem damos por ele, não pára mas faz parar, e como tal, eu parei, parei naqueles tempos em que sorriamos juntos, em que a confiança era o segredo de tudo aquilo que formamos, de tudo aquilo que vivemos (...) e dei por mim a pensar, valeu a pena?
Não. Não, porque nunca mais te vi, nunca mais te ouvi, nunca mais te senti. Não, porque simplesmente te perdi. Não, porque apesar do nosso amor naquele tempo ser o mais forte e indestrutível, hoje é a saudade, é a solidão profunda, é a desilusão continua, é o esquecimento, a depressão, é a mágoa!
O tempo a mim mudou-me, fez-me ver que nem sempre o que parece é, que nem sempre o que esperamos vem e quem nem sempre o que queremos para sempre fica.
Hoje, se estivesses presente teria tanto para contar, para partilhar, ainda tinha tanto amor para te dar, tantos sorrisos para te mostrar e tantas lágrimas para secar. Hoje, se estivesses presente, eu tinha tanto orgulho em te guardar, tanto orgulho em proteger tudo aquilo que já foi tudo e que nunca foi valorizado!
"A alegria de saber que existes, faz-me forte para suportar a tristeza da tua ausência."
Só te peço... nunca deixes de ser quem és, pois como tu, não há ninguém e tenho pena que não me dês o devido valor agora, mas como muita gente diz: "tarde demais."!
P.S. Hoje choro por ter acabado, amanhã vou sorrir por ter acontecido.
Com saudade, Laura Carvalho.

4 comentários:

  1. adorei. e nao tenho mais palavras para te dizer. a serio que gostava de te confortar agora, pois sem o que estás a sentir. mas nao consigo. desculpa. continua a escrever :'')

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  2. lindoooo! sabes amor, às vezes acontecem-nos coisas das quais não contamos, não estamos à espera mesmo porque damos tudo por alguém , amamos de uma forma verdadeira e num estalar de dedos passamos de tudo a nada para essa pessoa. Sei que sabes que passo por essa mesma desilusão que falas e sabes que estarei sempre aqui a lutar por ser feliz e a tentar que tb o sejas. é bom ter amigas como tu, faz-nos crescer * VAMOS conseguir. amo-te mesmo!

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  3. Mesmo fantástico! Lindo! Maravilhoso!
    Esta tua capacidade de escrever o que te vai no pensamento é fantástico. Amo.te!

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ohh muito obrigada dsd já por me visitars, mas um especial agradecimento por deixares a tua opiniao :) beijinho