ontem á noite, ao telefone, ele disse-me que eu era a míuda da vida dele. que os olhos dele apenas rodopiavam no meu sentido e que eu era a estrela para a qual ele olhava todos os dias e ela sorria-lhe, discretamente. disse-me ainda que os dias dele, sem mim, eram uma rotina cansativa, sempre igual e que apartir do momento em que entrei na vida dele dei-lhes cor e sentido. sussurrou-me baixinho que sentia saudades minhas e que me amava muito.
e com tanto palavreado esgotaram-se-me as palavras. fiquei calada e paralisada. como se fosse incapaz de reagir a tais elogios. os meus olhos tornaram-se numa belíssima pedra preciosa com muito brilho. o meu coração acelerou o seu bombear e respirei fundo. tive aquela sensação de que iriamos ficar sempre assim, desta e daquela maneira.
aumentei o som da televisão para que ninguém me ouvisse aquelas horas. e disse-lhe tudo o que era para mim, abri-lhe o coração e ele leu-o, como quem lê uma carta de amor repleta de verdade. e ele agradeceu-me tanto e as lágrimas insistiram em escorrer-me pela face.
que eu adormeça para sempre com o telemovel ao ouvido a ouvir muitos "amo-te" vindos dele, que eu acorde todas as manhãs a rir-me só por ouvi-lo a chamar o irmão e o irmão gritar muito alto com ele, que as minhas tardes sejam tão felizes o quanto têem sido simplesmente por tê-las passado com ele e que não seja preciso dar fim a este amor.
eu só peço ao destino que nunca o tire do meu caminho e agradeço á vida por me ter obrigado a cruzar-me na dele.