17.10.10

pensei que o nosso amor nunca iria acabar e que, na história que escrevemos durante este tempo infinito jamais apareceria «FIM».
mas pois, na verdade as folhas acabaram e a tinta desta doce caneta amoldada á forma das nossas mãos esgotou com a sua tinta e, como se não bastasse, a nossa história já não tem mais nada para contar e o nosso amor lenha tem por onde arder. a saliva secou-se e as palavras gaguejam suavemente, a frase não sai.
não custa, passa. mas o tempo cura tudo menos a saudade.
esquece a felicidade, os momentos, as tardes, as noites e as manhãs, os jantares a sós, os almoços, os piqueniques e tudo.
não te lembres do dia em que tudo começou, fixa-te no dia em que tudo acabou. rasga as fotografias que tiramos e apaga os vídeos que gravamos. desliga a nossa música e corta pela raíz a cerejeira do teu avô, da qual colhemos cerejas vermelhas e comemos juntos.
não sejas nostálgico, deixa para trás o passado. acorda! idealiza o teu futuro, sê quem foste. volta ao que eras. passa á frente. não dês voz ás palavras e inala o fumo que te sai da boca. liga o isqueiro e fuma dois, três, quatro, ... um maço de tabaco. compra erva e enrola a mortalha, fuma. não penses no amanhã, vive o hoje.
não ponhas em prática tudo o que te ensinei, esquece a escola que fui para ti e a importância que tive sobre o teu coração.
nada dura para sempre, boceja, deita-te e dorme um bocado. adormece o pensamento, não te massacres. não estudes. vive!
corta a pulseira que tem o meu nome, apaga o meu contacto, desliga o telemovel, rasga as cartas e o calendário que marcava os nossos dias, e dá asas aos teus dias. agarra a liberdade, sê quem já foste. bate asas e voa. não deixes rasto.
tu mereces, apesar de tudo.

cabeceiras de basto, 17 de outubro de 2010, laura carvalho.

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ohh muito obrigada dsd já por me visitars, mas um especial agradecimento por deixares a tua opiniao :) beijinho