não me telefones todas as noites. peço-te. não me obrigues a ouvir a tua voz que em tempos foi música para os meus ouvidos. não me mandes mensagens bonitas nem textos de amor. por favor. não me lembres que existes e que temos uma história em comum que ainda hoje, muita gente nunca chegou a conhecer. não me canses a alma, nem o coração, nem os sentimentos. esgota-me a esperança e mata as recordações que guardo minhas, e tuas. aquelas que em tempos foram só e apenas nossas. escolhe outro caminho, sai pela mesma porta que te fez reentrar. e apaga-me a imagem que tenho tua, encostado a essa parede de onde me ficavas a olhar e te rias daquilo que eu era. apaga o cigarro que tantas vezes deu chama ao nosso amor. faz-me voltar ao que eu era antes de te conhecer. dá-me de novo a liberdade e traz-me á mente as vezes que choramos juntos. faz o verão ir embora. e leva com ele todos os momentos que passamos nesta estação. não me obrigues a lembrar-me de ti sempre que vejo o sol. eu não me esqueci que foste a única boleia, até hoje, para a felicidade e aquela que nunca mais voltou para me levar. e pensei que fosse impossível existirem apenas bilhetes de ida. não sejas mais o meu mapa, nunca mais.
e outra coisa, dá-me o que me pertence...