a verdade é que eu tenho sentido saudades; saudades devastadoras que levam parte de mim para a outra parte do mundo. é aquela sensação de perder aquilo que eu sou, perder-me a mim mesma no meio de um nada que nem eu própria sei reconhecer, é sentir que talvez as coisas tenham que sofrer uma mudança e, no entanto, permanecer quieta à espera que a Terra as faça. e sabes de outra coisa? tenho tido medo; medo do frio que se fez sentir fora da tenda que sem querer foi o nosso abrigo em três noites que fizeram de nós reféns da vida, medo do gelo que teimou em cair sobre o monte que nos servia de alento. sabes, as noites foram compridas. não foi fácil, estavam geladas e o vento soprava com toda a sua pujança e eu senti que talvez ali não fosse o lugar mais certo para estar naquele momento. todavia fez bem, porque estar longe de ti muitas vezes é a solução para as crises que vou suportando mesmo sem querer. mas são factos... e eu odeio mudanças, porque mudar implica que a gente tenha que alterar o rumo que a vida leva e há coisas que nascem para serem como são, para sempre. e eu acho que é melhor ser assim, do que continuar acreditando em algo que eu sei que tu nunca serás capaz de concretizar. contudo, reforço a ideia de que há coisas que nunca mudam e o último telefonema que me fizeste antes de eu ter ido não foi, de uma maneira alguma, oportuno. e só te peço uma coisa, não falhes na promessa que fizeste.

(oh meus anjos, é verdade, finalmente voltei. o tempo estava uma bela porcaria e em tendas não se pode ficar à chuva! mas foi bom enquanto durou. deu para esquecer, para rir, para dormir, para desfrutar do sol e de um belo escaldão na cara. a verdade é que acabou e eu estou de volta. tive tantas saudades do meu telemóvel :( faz mesmo falta. espero que tenham aproveitado estes quatro dias para descansar porque para a semana o martírio volta mais forte que nunca... um grande beijo!)