14.2.13

hoje em dia já ninguém sonha. incrível. o sonho que é a mola propulsora da vida; o sonho que é uma forma de caminhar para a felicidade; o sonho que é uma nova esperança e uma nova forma de lutar já não tem credibilidade... é que este país só me dá motivos pra desacreditar nos sonhos; pra adormecer os objetivos que outrora criei quando me deitei sobre a minha almofada. é que a gente sempre sonha, sempre... sempre acredita, sempre vai à luta com uma certa esperança que vai buscar não sei onde... mas sempre desiste quando olha para o lado e vê que o meio onde vive está nu de valores, de respeito, de consideração, de amor, de tudo,... o mundo está cheio de nada e ninguém conhece ninguém. fantástico como as cartas que ontem escrevi hoje perdem o valor com uma facilidade inexplicável; já ninguém sonha. já ninguém é ninguém sem ninguém. as coisas mudam, de dia pra dia, como se a vida fosse uma contagem decrescente para a morte; como se nada valesse aquilo que realmente é. e o Homem continua a ter medo de viajar... de ir, de partir, de fugir. quantas e quantas oportunidades a gente perde por, simplesmente, ficar, chegar, deixar. há uma necessidade constante de percorrer outros caminhos, de ver outros rostos, de sentir outras mãos, de apreciar outros sorrisos, de avistar ao longe novos sonhos pra podermos acreditar de novo. nunca fez tão sentido ir embora, bater a porta e simplesmente ir. é que aqui as coisas apenas deixaram de ter o sentido que tinham... e eu acho que enquanto todos ficarmos na cadeira a ver os ponteiros do relógio rodarem; enquanto a Terra continuar a girar sempre para o mesmo lado e enquanto não se sentir um meteorito a encrustar-se no planeta, a sociedade vai continuar a falar do mesmo, a opinar do mesmo, a fazer o mesmo e não se vão semear novos sonhos, não se vão marcar viagens, não se vão concretizar objetivos, não se vão ver evoluções, não se vão criar mudanças... o café sempre esfria e apodrece se permanecer eternamente numa chávena perdida e esquecida; a vida sempre passa e acaba como um suspiro leve e breve. quantos poetas não existem por aí sem saberem escrever versos, quantas almas não sofrem sem chorarem, quantas pessoas não se matam sem mostrar sangue, quantas vozes poderosas não falam sem se fazer ouvir a sua rouquidão. quantos sonhos eu perdi enquanto dei ouvidos a quem nunca soube o quanto um texto pode dizer, somente. quantas guerras o Homem não sofreu só por estar a lutar contra si mesmo...

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ohh muito obrigada dsd já por me visitars, mas um especial agradecimento por deixares a tua opiniao :) beijinho