não sei se já se aperceberam mas eu não vejo, nunca mais, a hora de puder sair daqui. eu não vejo o dia do calendário que me leve pra longe deste lugar que, ultimamente, se tornou num sítio como tantos outros. infelizmente, este foi o lugar onde fui feliz e, por enquanto, é um dos lugares que só me traz más recordações. é o lugar onde acordo e sinto que não o deveria fazer porque, infelizmente, este lugar matou-me os sonhos que outrora eu pensei conquistar; este lugar levou-me parte daquilo que eu tinha e só me dá razões pra eu desacreditar em mim, pra eu matar a felicidade com que um dia fui capaz de vencer, pra eu deixar de ser quem sou e, obviamente, me faz sentir como um trapo. não vou usar grandes eufemismos, aliás, nunca deveríamos usá-los. o que é pra se dizer, diz-se. seja como for, palavras são sempre palavras e tenho pena que a sociedade onde estou inserida valorize mais as palavras que as atitudes. o mundo deveria parar para escutar o silêncio dessas vozes que choram noites sem fim... o mundo deveria escutar, somente. por um segundo que fosse e dar voz ao silêncio que por si diz bem mais que qualquer textão poderá fazê-lo - desculpem-me a expressão, mas eu estou aqui sentada sobre uma frustração que acho que nunca vou ser capaz de descrever. e só escrevo porque o tempo não passa enquanto eu me convenço de que nada vale a pena, hoje em dia. e sinceramente, tudo isto só me dá mais motivos pra engrandecer a valentia com que muitos dos meus agiram quando partiram. fenomenal, logo eu... eu que gostava tanto deste cantinho; logo eu que era uma apaixonada por este lugar... mas, talvez eu tenha dado o tal passo do amor até ao ódio.