oh sombra negra.

a musica toca lentamente, a noite caiu, a escuridão preencheu mais uma vez, a noite que veio mesmo negra, mesmo preta e gélida. não sei por onde começar. sabes o que me aptece dizer? aptece-me expulsar-te de mim, aptece-me tirar-te da minha vida, aptece-me apagar o teu nome a toda a gente para que não seja deparada por gente a falar de ti, aptece-me gritar para que ouças que estou bem e que continuo viva, apesar de morta por dentro. sabes outra coisa? hoje entendi o valor que tens e o peso que possuis perante tudo isto. entendi a comunidade falsa pela qual o mundo é constituida e sinto vontade de fugir, de ir mais além. mas sabes o que me disseram também? que precisavam de mim, que me queriam aqui perto deles. mas hoje, aqui e agora acredita que explodi, que rebentei de fúria, de desespero, de ausência, de vazio, de tudo e ao mesmo tempo de nada. eu queria tanto correr, correr depressa com o frio e o vento gelado que corre lá fora. eu queria percorrer mares e rios, queria deixar tudo para trás e fugir para um local onde podesse sentir-me única, só e ao mesmo tempo acompanhada. quero deixar de ver a minha sombra, quero vencer-me, quero soltar-me para a vida, quero acreditar em mentiras, quero iludir-me, eu quero!