10.10.09

não quero falar.

não não quero falar, não quero escrever, não quero dizer nem confessar, quero é expulsar o que tanto ecoa neste ouvido, quero segredar o timbre das vozes que continuam a atenuar no fundo do peito e segredar o que senti quando te reconheci. não existem definições possiveis, não há provas concretas que afirmem tal coisa, mas secalhar os nossos dados não rodopiam no mesmo sentido nem teem a mesma sintonia. pode ser que as peças do nosso puzzle se tenham perdido algures pelo chão imuno e repleto de pedras pelas quais eramos confrontados. mas temos que admitir que juntos conseguimos sempre levantar esses obstáculos e seguir em frente, sempre juntos. a distância nunca afectou o que fosse, pois para nós estar junto não queria dizer que estivessemos perto. acredita que paralisei quando ouvi a tua voz e quando falaste comigo depois de 69 dias sem uma única correspondência que fosse, mesmo que essas palavras que fossem ouvidas por mim tenham sido geladas como a neve, ocas como uma caixa de cartão e duras como uma rocha. tive vontade de te pedir para te afastares desses rumores para que me explicasses o que nunca me explicaste... tive muita vontade mas a voz imobilizou-se e o medo da tua resposta foi abafador. não quis ter-te naquele momento, deixei-me embalar no sabor da tua conversa e senti que tu também. percebi que nessa voz havia aquela saudade e aquela chama que havia sempre que adormeciamos a falar. sorri, mas escorreram-me lágrimas pela face, eu já nem sequer ouvia o que dizias, eu só queria era a tua voz, o teu toque, o teu sorriso e o teu olhar. e quando te vejo a virar costas e a andar rápido desisto de acompanhar esse passar de pés e sigo, liberto tudo para quem nunca teve culpa e já não te vejo por entre a multidão e agora que já passou. que já chorei por isso, já ri e gozei também. jurei a mim mesma que se voltasse a ver-te esqueceria tudo o resto e correria para ti como quem corre atrás de um sonho, seria capaz de seguir a tua direcção e sentir de novo esse abraço que já me reconfortou tantas vezes. acredito e estou firme que não rejeitavas, pois por entre mentiras, incertezas, rumores, comentários, piropos só nós sabemos o quanto amamos e o quanto criticamos por mágoa. depois da conversa que tiveste com ela, aquela que te disse tudo aquilo que nunca tive coragem para te dizer, aquela que pensou em mim naquele momento e abriu-se como se fosse eu, aquela que sempre quis o meu bem ela disse-me o que disseste, disse-me o teu estado, a tua forma de tar e nasceu esperança. mas eu já escrevi tanto para ti. todos os meus textos vão até a ti, todos meus pensamentos são ao teu encontro e já não dá para esconder. está na hora, lutar ou esquecer (?).

4 comentários:

ohh muito obrigada dsd já por me visitars, mas um especial agradecimento por deixares a tua opiniao :) beijinho