Apesar de tudo...!

Aquela noite...
Noite de pré-outono, noite de festa, noite de aniversários. Uma noite que decorreu normalmente, tirando a parte de uns conflitos que me levaram ao teu encontro, tirando a parte em que te vi e paralisei, tirando a parte em que mais tarde me ligaste e eu chorei de saudades...
"Laura?"
"Sim, quem fala?"
"É o Gonçalo. Que te disseram?"
"Quê? Que queres?"
"Quero saber o que te disseram, diz-me."
"Não tenho que dizer, adeus."
"Não desligues por favor, diz-me."
"Desculpa? Por mim já chega. Adeus."
(...)
Vou-te ser sincera, este telefonema naquele dia não passou disso, de um telefonema, mas hoje retrata tudo aquilo que passamos e tudo aquilo que eu sinto.
Não me arrependo de te ter dito um adeus, não me arrependo das nossas conversas de noites quase inteiras, não me arrependo de toda a confiança que depositei em ti, não me arrependo de tudo aquilo que passei por ti e muito menos daquilo que fiz por ti! Perdoei-te muitas das coisas que me fizeste, mas como deves calcular não esqueci e é por isso que a maior parte das vezes que nos chateavamos te atirava tudo á cara, porque ainda não consigo suportar aquele sentimento que tanto me custa a sentir!
Acho que já deu para perceber que eras como um vício para mim, eu já não conseguia passar uma quarta sem ter pelo menos um sorriso teu ao vivo, sem uma troca de olhares, nem que depois disso eu andasse km e km para chegar a casa, mas eu tinha que ter isso, pelo menos uma vez por semana. Não passava um dia sem falar contigo ao telemóvel, sem me rir com aquilo que dizias, não passava um mês sem uma alta discussão por causa das minhas birras, eu só queria isso, mais nada. Depois de tanto tempo, hoje... Esqueci aquela obsessão que tinha por ti... Hoje, continuo a falar de ti, e tu continuas a ter atitudes que ainda me magoam bastante, e claro, eu posso não sentir aquela obsessão, mas ainda és bastante especial, e tudo o que é capaz de te magoar, magoa-me a mim primeiro. Eu só quero, que se algum dia te lembrares de mim, de tudo o que vivemos, te lembres também das vezes que discutimos e das vezes em que deixamos de falar, pois acho que com as vitórias não se aprende nada, mas com as derrotas aprende-se muito e como tal, comigo podes fazer de tudo, magoar-me, faz tudo o que quiseres, eu nunca te deixarei, mas pensa que com outra pessoa não será assim, a paciência tem limites, e aposto tudo, como essa pessoa não vai aguentar metade daquilo que eu aguentei! Algum dia, eu terei mais força que tu, e sairás mais magoado do que eu, apenas numa guerra, mas mesmo assim, eu vou estar sempre ao teu lado. Porque aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre e quando a gente gosta, é claro que a gente cuida! Gonçalo.