3.2.10

capítulo II

e mais uma noite tinha passado (...) acordou, olhara-se ao velho espelho e notara os olhos cansados, a pele seca e escassa vontade de sorrir. no entanto, teria vinte e quatro horas pela frente, teria conversas para por em dia, acções para executar, tarefas para ficarem realizadas. a vontade teria partido. tudo nela expressava que a noite não teria sido famosa.
tomara um duche longo, um duche com água bastante quentes, daqueles duches que lhe dara vontade de ficar ali para relaxar, bem. e assim o fizera. saira já bem mais disposta a realizar qualquer coisa que fosse. almoçara, vestira-se e permanecera no sofá a ver as inéditas e viciantes séries que está sempre a seguir. cruzara as pernas e ficara ali durante a tarde toda.
contudo, o sol já se escondera quando se fazia hora de jantar. mas, porém tinha voltado a vontade. desligara a televisão no interruptor como a sua avó lhe ensinara quando era pequena, vestira o casaco de fazendo preto e branco que se encontrava no cabide antes do hall, apertara os ténis brancos e saíra.
a temperatura já tinha descido, mas lá prendeu o seu cão maior á trela nova que seu pai comprara e sorrateiramente sairam os dois, a pé de casa para a vila.
na vila todas as pessoas que a conheciam despertavam um sorriso, um "olá" e até um "está tudo bem?". ela, sempre fora educada a sorrir para as pessoas e a responder acenando.
caminhando e falando com o grande cão, ela lembrara-se que se esquecera do telemovel sobre a mesa pequena de madeira, na sala, em casa. mexera na testa inquietada, mas seguira o seu caminho na esperança de o encontrar.
quando se dá por sentada nos bancos brancos e gélidos perto da sua escola, vira-o, ao longe vindo em sua direcção. ficara parada á espera da ironia do destino e sorria.
ele chegou, foram meras conversas, meros gozos, meros sorrisos, mas ela sentira uma alegria enorme e uma sensação que há meses teria perdido, em vão, pela vida.
o certo é que á memória, no caminho para casa, vinham-lhe os abraços que aconteceram e os beijos que se sentiram.
chegara a casa e no seu telemovel escrevia-se "uma mensagem recebida: és alegria em pessoa, e nunca me abraçaram de uma forma tão calorenta. todos nós perdemos, mas também vencemos. obrigada pela felicidade, menina."
bloqueou o telemovel, soltou o cão e adormecera com cansaço.

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ohh muito obrigada dsd já por me visitars, mas um especial agradecimento por deixares a tua opiniao :) beijinho