em tempos perdi a tua boleia. eu não sabia que áquelas horas podia continuar a ir para o nosso mesmo lugar e juntos irmos em busca de sorrisos, de conversas sem fim, de segredos e novidades, de histórias e rumores... eu adormeci no tempo. eu já me tinha esquecido da cor dos teus olhos, desse verde acastanhado que em tempos foi brilho para o meu sorriso. já não me lembrava das ondas do teu cabelo onde eu navegava por sonhos que juntos tivemos o prazer de realizar... já nem sequer sabia de que vivia esse teu sorriso pelo qual já dependi e até a fisionomia das tuas mãos me tinha passado ao lado como um sopro de vento... perdi-me em memórias e recordações, filmes e episódios que a vida me obrigou a viver. eu cresci na tua ausência, conheci outras pessoas, vivi um outro amor de uma pura (des)ilusão e sofri. ergui-me e manti-me firme. e com tudo isto a minha vida fechou mais um capítulo. registou sorrisos, lágrimas, aventuras, momentos, noites, tardes, manhãs,... e nada parou, os relógios giraram sempre, o sol nasceu, a lua continuou a anunciar a noite. os comboios continuavam a levar as pessoas para sítios indeterminados, os carros passavam na minha rua como flechas e pessoas continuavam a ter outros ou mesmo os mesmos objectivos em mente.
e agora eu sei, eu lembro-me de ser a mulher da tua vida e sei que em tempos foste o homem da minha vida. sei que contigo fui capaz de ser feliz como antes mais ninguém tinha sido capaz de o fazer. e tenho perfeita noção que juntos superamos limites, ultrapassamos barreiras, realizamos loucuras ás quais ficarão para sempre como marca que um dia juntos fomos loucos demais. e ainda me lembro que o passado verão foi inteiramente nosso, que fizemos um piquenique e devoramos um cesto de cerejas. que o inverno se tornou mais quente quando te deitavas no meu ombro e dormiamos longas tardes no meu sofá. e que os sorrisos que provocaste em mim foram das melhores sensações que algum dia pude sentir.

«és o meu avião para a felicidade e a melhor boleia de sorrisos que já pude ter...»