eu esperei por ti; tu sabes que eu esperei, que fiquei dias à espera que voltasses para matar esta réstia de saudade que ficou dos tempos que passávamos juntos enquanto as horas voavam, que contei os dias para te voltar a ver, que tocar-te era um desejo que me começava a matar por dentro e que a boleia que apanhávamos era uma espera infinita para mim. e sabes mais... sabes que todas as noites antes de dormir eu pensava em ti e já nem me conseguia lembrar do teu cheiro, nem da forma das tuas mãos que em tempos foram o meu amparo, nem das ondas que o teu cabelo fazia quando te deitavas no meu colo e eu fazia dele um brinquedo e tu adormecias... sabes, tenho pena. tenho pena que tenha sido a minha felicidade que tenha causado em ti a revolta da tua partida; pena que tenhas perdido os sonhos que outrora prometemos realizar; pena que a minha ausência só tenha sido notada quando eu já estava longe. porque eu estive tempo a mais à espera de um sinal teu, um sinal que pudesse fazer renascer em mim um pingo de esperança e uma abertura para a felicidade... mas agora não, já sonhei demais e criei outros sonhos em cima de outras pessoas. eu sempre disse que enquanto fossemos imortais, a luta seria infinita. mas as palavras esgotam-se e a vida passa sempre. apesar de que ainda hoje hajam música e lugares que te tragam de volta, eu venci a luta da tua partida e hoje mudei. hoje eu renasci e reencarnei num outro ser que está mais longe do que tu pensas... por isso, deixa-me viver aquilo que construí sem ti, porque afinal de contas... eu estou feliz!